quarta-feira, 18 de maio de 2016

Feto minúsculo é a mais jovem múmia egípcia já encontrada

Esta tomografia computadorizada do caixão, com data entre 644 a.C. e 525 a.C., mostra os membros superiores e o crânio da múmia. 
    reprodução yahoo 

DIREITOS AUTORAIS: MUSEU FITZWILLIAM, CAMBRIDGE, INGLATERRA 
Um caixão em miniatura descoberto há mais de um século possui os restos mortais do mais jovem egípcio a passar pelo processo de mumificação, de acordo com pesquisadores da Inglaterra.
Uma tomografia computadorizada (CT, na sigla em inglês), revelou que o caixão não continha órgãos internos mumificados, como os cientistas suspeitavam, e sim a múmia minúscula de um feto humano, de acordo com o Museu Fitzwilliam em Cambridge, Inglaterra. Acredita-se que o feto mumificado tinha entre 16 e 18 semanas quando faleceu, provavelmente por um aborto espontâneo, de acordo com funcionários do museu.
“Esta excepcional descoberta … é uma evidência notável da importância dada aos rituais funerários oficiais no Egito Antigo, mesmo para aquelas vidas que eram perdidas tão cedo em sua existência,” os pesquisadores disseram em um comunicado oficial.
A Escola Britânica de Arqueologia descobriu o pequeno caixão de 43 centímetros em Gizé, Egito, em 1907. No mesmo ano, o Museu Fitzwilliam o adicionou à sua coleção. O caixão de cedro é uma miniatura perfeita de um caixão de tamanho convencional do Período Tardio do Egito, e provavelmente pertence ao período entre 644 a. C. e 525 a. C., de acordo com os pesquisadores. Eles também acrescentaram que há inscrições “meticulosamente pequenas” no objeto encontrado. [Fotos: Múmia egípcia de 1700 anos é revelada]
Durante anos, os curadores do museu acreditavam que o caixão continha órgãos internos, que eram rotineiramente removidos durante o processo de embalsamamento egípcio. No entanto, eles descobriram que estavam errados quando examinaram o caixão durante os preparativos para a exibição bicentenária do museu, chamada ‘Morte no Nilo: Descobrindo a Vida Após a Morte do Antigo Egito’, inaugurada em fevereiro deste ano.
O caixão de cedro continha um pequeno pacote embrulhado, protegido por gazes e coberto de resina negra fundida. Uma radiografia teve resultados inconclusivos, mas sugeriu que o caixão continha um pequeno esqueleto. Foi aí que os pesquisadores examinaram o pacote através de uma tomografia computadorizada.
As imagens do exame revelaram que o caixão continha os restos de um minúsculo esqueleto, no qual os pesquisadores não mexeram.
“A tomografia computadorizada tem sido usada com sucesso no museu em diversos projetos nos últimos anos, mas esta foi a nossa descoberta mais bem-sucedida até o momento,” disse o Dr. Tom Turmezei, consultor honorário de radiologia no Hospital Addenbrooke em Cambridge, Inglaterra. “A habilidade da tomografia em mostrar os detalhes internos deste tipo de artefato sem causar danos estruturais provou ser ainda mais valiosa neste caso, permitindo que analisássemos se o feto tinha alguma anormalidade e que pudéssemos estimar sua idade da forma mais precisa possível.”
Os exames mostraram que o feto já tinha cinco dedos em cada uma das mãos e dos pés, assim como ossos da perna e dos braços visíveis. No entanto, não foi possível descobrir se o mesmo era um menino ou uma menina, e não se sabe também o que causou o aborto espontâneo, se é que isso é realmente o que aconteceu, disseram os pesquisadores.
As imagens também indicam que os braços do feto estão cruzados sobre o seu peito. Este posicionamento intricado, aliado aos detalhes extraordinários presentes no caixão, sugerem que os egípcios deram uma grande importância ao enterro, dizem os pesquisadores.
“O cuidado presente na preparação deste ritual funerário demonstra claramente o valor dado à vida, mesmo nas primeiras semanas após a sua criação,” disse Julie Dawson, chefe de conservação do Museu Fitzwilliam.
A descoberta não é a única do tipo feita. A tumba do Faraó Tutancâmon continha dois fetos mumificados, cujas gestações foram estimadas em 25 semanas e 37 semanas. Os arqueólogos também descobriram alguns outros exemplos de rituais funerários de bebês abortados no Egito Antigo, de acordo com os pesquisadores.
O público pode ver o caixão em miniatura no Museu Fitzwilliam até o final da exibição, no dia 22 de maio.
CBS News
LAURA GEGGEL
LIVESCIENCE.COM 
ED NOTÍCIAS BLOG/FONTE;YAHOO

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