(Foto: Getty Images)
Por Fabiana Piasentin
BCG, Hepatite B, Pneumocócica 10V, Meningocócica C, Tríplice Viral… Se você tem filhos certamente está familiarizado com esses termos, que se referem a vacinas que devem ser aplicadas entre o nascimento do bebê até o fim da adolescência. Contudo, é crescente o número de pais que optam por não imunizar suas crianças, seja por questões ideológicas ou por adotarem métodos alternativos de prevenção.
O movimento de não vacinação no Brasil ainda é tímido e considerado um tabu – tanto que muitos tutores omitem a informação de amigos e familiares. Entre os motivos está a desconfiança em relação à indústria farmacêutica, medo dos efeitos colaterais e falta de clareza nas substâncias aplicadas nas crianças. O acesso fácil a estudos científicos deixou pais mais questionadores e participativos. O problema, segundo médicos, é saber identificar uma informação sem comprovação médica de publicações de saúde confiáveis.
“O paciente tem o direito de ter o conhecimento sobre sua condição e opinar sobre seu tratamento, desde que tenha capacidade de entendimento e não esteja correndo risco de vida. Esse questionamento [dos pais] tem que ser visto de forma positiva, já que demonstra o interesse na saúde e no desenvolvimento dos filhos”, analisa Paula Andrade Alvares, infectologista pediátrica com mestrado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Foi esse tipo de questionamento que levou a empresária Gabriela Petrini, 32 anos, a tomar a decisão ao lado do noivo de não vacinar seu filho de seis anos. “Nunca gostei de vacinas, e quando entendi que o sistema imunológico do meu filho estava resistente, parei. Somos adeptos de um método de prevenção chamado auto-hemoterapia [método que trata determinadas doenças através da retirada e nova injeção do sangue no próprio paciente], não aplicamos no pequeno, mas caso ele se contagie, acho que tentarei a auto-hemo nele”, conta Gabriela.
Apesar de ser contra a imunização, Gabriela afirma que aplicou algumas vacinas em seu filho, de acordo com a orientação de um pediatra alergista, mesmo “contra sua vontade. Posição mais radical tem a engenheira R., de 32 anos, mãe de uma menina de dois meses. “Não existe evidência na sua eficácia nem comprovação científica de que vacinas são tão benéficas a ponto de compensar seus efeitos colaterais. A presença de alumínio e mercúrio necessários para conservação da vacina geram efeitos colaterais sérios a ponto de alguns estudos indicarem aumento da mortalidade no grupo que levou vacina em relação aos que não tomaram”, afirma.
Para a engenheira, que preferiu não se identificar e evita falar sobre o assunto com amigos e familiares, a falta de informação e a imposição por parte do governo (a vacinação no Brasil é obrigatória) impedem uma discussão mais ampla do assunto. “Algumas mães não se preocupam em pesquisar as causas e efeitos de uma vacina. A BCG, por exemplo, muitas nem sequer sabem contra qual doença é, qual índice de mortalidade, qual incidência, se existe tratamento etc. Não critico quem opta por vacinar, mas que seja com consciência”, opina.
Gabriela também revela sua falta de confiança na eficácia das vacinas. “Acho que falta informar a população sobre os riscos, sobre a composição das vacinas, sobre as reações e as doenças que eles dizem querer erradicar. Não acredito no que o governo me injeta (ou tenta)”, diz.
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