(Getty Images)
Na primeira vez em que um casal de amigos me confessou ter visitado uma casa de swing, não consegui disfarçar a surpresa: “Como assim, gente?!?!”. Jovens, namorados há poucos anos, absolutamente insuspeitos. Em outra ocasião, num grupo diferente, ouvi a mesma coisa. Assim, com a maior naturalidade. “Nossa, foi muito divertido”, disseram os dois, menos de 30 anos. Quando mais uma amiga mandou uma mensagem dizendo que estava ansiosa porque iria com o marido num desses clubes, finalmente decidi: “Preciso conhecer o babado”. Sim, eu fui e contei sobre a experiência.
Como o tema é polêmico e o povo sai julgando sem saber o mínimo necessário, procurei a jornalista e antropóloga Maria Silvério, autora do livro “Swing: eu, tu… eles” (Chiado Editora). A obra é fruto de sua tese de mestrado pelo Instituto Universitário de Lisboa. Nesta entrevista, ela quebra muitos argumentos preconceituosos. Por exemplo, ao dizer que “os casais swingers são estáveis e possuem uma relação forte e estabelecida” e “a maior parte tem filhos”.
O livro desvenda o que motiva casais a procurar casas e festas de swing (Divulgação / Chiado Editora)
- Por que você se interessou pelo universo da troca de casais?
MARIA SILVÉRIO - Desde adolescente, sempre questionei determinados padrões de comportamentos considerados tipicamente femininos ou tipicamente masculinos. Sempre observei com muita atenção a maneira quase antagônica com que homens e mulheres vivenciam e criam expectativas acerca de suas relações íntimas. A ideia era reunir em um único tema de estudo e pesquisa essas três temáticas: relações de gênero, sexualidade e relações conjugais.
MARIA SILVÉRIO - Desde adolescente, sempre questionei determinados padrões de comportamentos considerados tipicamente femininos ou tipicamente masculinos. Sempre observei com muita atenção a maneira quase antagônica com que homens e mulheres vivenciam e criam expectativas acerca de suas relações íntimas. A ideia era reunir em um único tema de estudo e pesquisa essas três temáticas: relações de gênero, sexualidade e relações conjugais.
- Quanto tempo durou a sua pesquisa, quantas pessoas entrevistou e quantos lugares visitou?
Foram dois anos e meio de pesquisa bibliográfica e trabalho de campo realizado em clubes de swing e entrevistas com seis casais portugueses adeptos da prática. Ao todo, frequentei 14 festas swingers. Entrevistei casais mais velhos que estão juntos há vários anos e, portanto, vivenciaram um longo período de relação monogâmica antes de entrar para o swing. E também dois casais mais jovens, para mostrar diferenças e semelhanças nos valores e expectativas conjugais, sexuais e papéis de gênero entre as gerações.
Foram dois anos e meio de pesquisa bibliográfica e trabalho de campo realizado em clubes de swing e entrevistas com seis casais portugueses adeptos da prática. Ao todo, frequentei 14 festas swingers. Entrevistei casais mais velhos que estão juntos há vários anos e, portanto, vivenciaram um longo período de relação monogâmica antes de entrar para o swing. E também dois casais mais jovens, para mostrar diferenças e semelhanças nos valores e expectativas conjugais, sexuais e papéis de gênero entre as gerações.
- Você era ou virou adepta? Como se sentiu ao entrar em contato com essas pessoas?
O pouco que sabia sobre este universo era através de matérias de jornal, televisão e algumas cenas de filme. Não conhecia ninguém que assumia-se como swinger e nunca tinha ido a um local exclusivo para a prática. No meu caso, o desconhecimento não era sustentado por pré-julgamentos, mas pelo desejo sincero de conhecer o swing pelo olhar dos praticantes. Estava de coração e mente abertas. A diversidade é uma das coisas mais valiosas que temos! Durante o trabalho de campo, observei a aproximação, o envolvimento e as performances entre os casais, mas nunca participei.
O pouco que sabia sobre este universo era através de matérias de jornal, televisão e algumas cenas de filme. Não conhecia ninguém que assumia-se como swinger e nunca tinha ido a um local exclusivo para a prática. No meu caso, o desconhecimento não era sustentado por pré-julgamentos, mas pelo desejo sincero de conhecer o swing pelo olhar dos praticantes. Estava de coração e mente abertas. A diversidade é uma das coisas mais valiosas que temos! Durante o trabalho de campo, observei a aproximação, o envolvimento e as performances entre os casais, mas nunca participei.
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