quinta-feira, 14 de julho de 2016

"Sapatos rastreadores" permitem localizar pessoas com Alzheimer

Eles rastreiam a sua localização graças a um dispositivo GPS.


A desorientação espacial e temporal é um dos sintomas do Alzheimer, doença neurodegenerativa mais comum em pessoas idosas. (Foto: Getty Images)
Uma das maiores preocupações dos familiares de pessoas que sofrem de Alzheimer é que elas saiam de casa sozinhas e não saibam como voltar.
Pensando em uma solução para este problema, cientistas japoneses decidiram instalar um localizador no interior da sola do sapato esquerdo, que permite descobrir onde o usuário está, através de smartphones e computadores, ao fornecer o número de identificação do terminal e uma senha.
É um sistema eficaz e discreto, um GPS em miniatura, similar aos utilizados nos sistemas de navegação por satélite instalados nos carros, que permite descobrir a localização do seu portador com exatidão. É possível programá-lo para uma determinada área e, caso a pessoa se desvie dela, o responsável poderá receber alertas por mensagens de texto ou e-mail.
Detalhes do dispositivo ’GPS Dokodemo Shoes’. (Foto:  Wish Hills)
Além disso, ele mostra a localização do usuário em um mapa para que seja mais fácil encontrá-lo, entre outras funções. A companhia japonesa que tem como objetivo “salvar vidas” com a nova invenção assegura que o produto está apresentando um bom resultado e alcançando um ótimo patamar de vendas, “principalmente entre mulheres de aproximadamente 50 anos que têm algum progenitor com demência.”
Os sapatos, batizados de “GPS Dokodemo Shoes”, custam cerca de R$970 reais, e no momento só estão disponíveis no Japão, país onde quase um quarto da população tem mais de 65 anos.
“Temos experiência na busca por pacientes com demência e sabemos que estas pessoas não usam telefones celulares, colares e relógios, mas usam sapatos. Por isso decidimos criar este calçado com um sistema de localização GPS,” explicou um porta-voz da Wish Hills, empresa fabricante do novo produto. “O localizador é associado a um dispositivo ao qual envia notificações quando o idoso se afasta mais de 50, 100 ou 500 metros de sua casa, dependendo da distância estabelecida por cada usuário.”
O Alzheimer é a principal causa de demência em pessoas com mais de 65 anos. Trata-se de um diagnóstico que muda não apenas a vida do paciente, mas também de seus familiares e amigos.
    O Alzheimer é uma doença muito ligada à idade, e costuma ser mais comum nas mulheres. (Foto: Getty Images)
Nosso cérebro muda conforme envelhecemos e todos podemos ter problemas esporádicos para nos lembrarmos de determinados detalhes. No entanto, o mal de Alzheimer e outras demências causam a perda da memória e outros sintomas graves o suficiente para prejudicar a vida cotidiana.
A manifestação anatômica deste processo degenerativo é o surgimento no cérebro de placas amiloides, depósitos de proteínas com aparência de amido que destroem as conexões neuronais.
As alterações no cérebro que levam à formação destas placas têm início décadas antes do surgimento dos sintomas da doença.
Os primeiros sintomas são falhas esporádicas da memória, desorientação espacial e temporal, perda de fluidez na linguagem e dificuldades para se vestir ou fazer a higiene pessoal.
Conforme a doença avança, a incapacidade aumenta até que, em sua fase final, o paciente não consegue mais viver sozinho. Ele deixa de falar, não reconhece seus familiares e apresenta incontinência urinária e fecal. Além disso, a rigidez muscular aumenta até que a pessoa fique “presa” à cama e à cadeira de rodas. Outras complicações como ansiedade, angústia, agressividade ou depressão também costumam surgir.
Atualmente não existe cura para o Alzheimer, embora os medicamentos aliviem os sintomas e retardem a evolução da doença, principalmente se o tratamento for iniciado nas primeiras fases da mesma.
Mais de 95% das pessoas com esta doença moram em suas casas, e geralmente as famílias assumem as responsabilidades e os cuidados, o que causa graves episódios de estresse físico e mental.
O novo sapato, criado em colaboração com a Universidade George Mason, nos Estados Unidos, pode ser de grande ajuda nestes casos, já que a instalação dos receptores e transmissores nos calçados faz com que seja fácil localizar os pacientes.
“60% das pessoas com a doença de Alzheimer passam por casos de desorientação e situações em que se perdem,” explica o professor Andrew. “Camuflar o GPS nos sapatos é uma grande ideia pois os pacientes tendem a se despojar de todos os objetos que não lhes sejam familiares. Além disso, o hábito de se vestir é um dos últimos a ser perdido.”
Mónica de Haro 
ED NOTÍCIAS BLOG/FONTE;YAHOO 

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