terça-feira, 8 de março de 2016

Eu desisti de um emprego corporativo para ser atriz pornô

     reprodução

Quando Alix Lynx percebeu que sua carreira como executiva de comunicações não era sustentável após sucessivas demissões, ela aproveitou a oportunidade para realizar seu sonho de se tornar uma estrela pornô. Alguns amigos próximos estavam a par do segredo, mas o mundo inteiro descobriu apenas no ano passado, quando ela estrelou um vídeo que se tornou viral. Alix contou ao Cosmopolitan.com como foi a experiência e porque nunca olhou para trás.
Cresci em Nova York em uma cidade pequena, no fim do mundo. Eu fazia parte de um grupo que se achava de classe média, mas que não era bem por aí.
Tive uma boa educação. Eu sei que as pessoas normalmente acreditam que quem faz filme pornô faz isso porque tem algum problema. Este não foi o meu caso. Eu fui uma estudante que era boa em tudo e ainda se destacava nos esportes. Sempre participei de classes avançadas e atividades extracurriculares. As pessoas viviam dizendo que eu era “promissora”.
Meu pai trabalhava com construção, minha mãe tinha um PHD e era funcionária do governo. Eles apoiavam muito meus irmãos e eu, encorajando-nos a explorar nossa criatividade. Meus pais fizeram de tudo para que tivéssemos uma boa vida.
Formei no ensino médio aos 18 anos e o pensamento de não ir para a Faculdade jamais passou pela minha cabeça. Minha mãe sempre dizia que eu precisava estudar ou passaria o resto da vida servindo hambúrgueres.
Assim, fui para uma Faculdade Estadual na minha cidade natal. Achei que o diploma em comunicação fazia sentido porque era versátil e eu adoro escrever e estar na frente da câmera. Tenho uma pós-graduação em radiodifusão de TV.
Eu era diferente, pois ninguém sabia o que queria fazer da vida aos 18 anos. Juntei dinheiro, não fiz empréstimos para estudar e estudei na Faculdade por três anos, pegando meu diploma um ano mais cedo. Tive aulas de reforço durante todas as férias. Nunca parei durante este tempo. Sempre que precisava escolher entre sair com os amigos ou entrar em classe, para chamar mais a atenção dos professores, eu escolhia a segunda opção.
Quando me formei na Faculdade, tinha 21 anos. Minha mãe já me pressionava a conseguir meu mestrado. Não vi motivo para isso. Mesmo hoje, não sei por que faria um mestrado se podia muito bem trabalhar.
De qualquer maneira a pressão da minha mãe fez com que eu me inscrevesse em um mestrado online, de forma que eu estudaria no momento que fosse melhor para mim. Encontrei um programa de graduação que eu visitava frequentemente quando analisava qual bacharelado fazer. E se eu fizesse o mestrado em meio período e trabalhasse o resto do tempo? Seria uma boa experiência.
Durante a Faculdade, comecei a trabalhar como modelo promocional. Eu ia para bares, restaurantes, convenções e eventos para promover marcas de bebidas, maquiagem e comida. Neste trabalho, eu só precisava ser bonita. Achei que poderia procurar uma agência de promoções na cidade e encontrar um emprego de verdade. De qualquer forma, o trabalho rendia um bom dinheiro. Fiz isso por quatro ou cinco meses. Eu ainda estava estudando, mas não sabia o que fazer. Mandei meu currículo para qualquer empresa que tivesse algo a ver com comunicações.
Uma dessas empresas era bem pequena mas tinha grandes clientes. O proprietário me contratou como assistente para realizar tarefas de escritório, mas eu acabei aprendendo bastante com o trabalho. Após alguns meses, me tornei assistente executiva de contas, o que significava me comunicar com os clientes e ajudar no trabalho corporativo, no planejamento de eventos e nos comunicados de imprensa. 
Seis meses depois, fui promovida a executiva de contas, me encarregando das maiores contas da empresa. Finalmente, alguns clientes decidiram deixar a empresa, que perdeu dinheiro e não teve recursos para me manter, o que acabou com a minha demissão.
Eu não sabia o que fazer. Eu não era realmente apaixonada pelo meu trabalho, mas ninguém gosta de voltar para a estaca zero.
Meu mestrado foi em marketing de redes sociais, então encontrei uma empresa especializada no assunto. Mandei um e-mail em busca de uma oportunidade de trabalhar com eles. Fui chamada para uma entrevista e contratada como gerente consultora de redes sociais, o que me levou a cargos bem maiores.
Você aprende muito nestes pequenos lugares, mas sempre acontece a mesma coisa. Eles acabam mandando você embora quando o dinheiro encurta.
Neste ponto da história, um amigo me disse que frequentava um dessessites de shows por webcam. Segundo ele, a namorada dele não sabia. Eu me perguntava o que isso tinha de especial. Segundo meu amigo, ele disse que as garotas filmavam do próprio quarto e faziam uma quantia absurda de dinheiro. A ideia ficou na minha cabeça.
Fui para casa naquela noite e pesquisei. Os sites eram enormes e não necessariamente tratavam de sexo ou nudez. Tinha bem mais a ver com fugir da realidade. Vi uma garota ganhando dinheiro perguntando sobre o dia do cara, se ele havia conseguido uma promoção, distraindo-o desta maneira.
Bem, eu podia fazer aquilo também.
Naquela noite, criei uma conta e fui aprovada dois dias mais tarde. Você envia algumas fotos, preenche suas informações bancárias, apresenta duas formas de identificação e assina a papelada que a reconhece como maior de idade.
Eu não sabia o que esperar. Quando você é novata, todo mundo te procura. Os usuários adoram as novatas, então eles se juntaram feito formigas quando eu entrei. Eu não sabia o que estava fazendo, por isso passei umas três ou quatro horas apenas batendo papo e sendo provocativa. Posso ter mostrado os peitos uma vez ou outra, mas não mostrei o rosto enquanto fazia isso.
Fiz 400 dólares em três horas. Eu ganhava 900 dólares por semana no meu trabalho de tempo integral. Depois disso, nem consegui acreditar que não tentei aquilo antes. Era muito dinheiro por muito pouco esforço.
Não entrei na Faculdade para trabalhar com isso, então mantive meu trabalho corporativo. Finalmente, acordei um dia e percebi que não aguentava mais. Meu trabalho de secretária estava sugando minha vida e a minha energia. Eu mentiria se dissesse que não preferia trabalhar apenas na webcam.
Assim, mandei minha carta de demissão. Agradeci meu chefe por tudo e não lhe dei muitos detalhes sobre a minha saída.
Nunca me senti tão livre. Todo mundo dizia que eu havia recuperado minha vida de volta, mas eu não estava exatamente feliz. Quando saí do emprego, tive um sentimento louco de êxtase.
Eu conhecia pornografia desde que era adolescente. Alguns dos meus amigos também. Quando era mais nova, me deparei com uma revista Playboy na casa de um amigo. Naquela idade, eu já achava que as mulheres na revista eram lindas. Eu queria ser daquele jeito também.
Alguns anos mais tarde, fui líder de torcida, ginasta e patinadora competitiva. Eu adorava ser paparicada. Depois da Faculdade, jurei que me mudaria para a Califórnia para fazer filme pornô. Certo dia, quando eu tinha uns 16 anos e estava de férias, estava de bobeira na frente da TV. Do nada, surgiu um documentário sobre a indústria de filmes adultos. Não me lembro do que se tratava, mas Jenna Jameson e Jesse James pareciam muito sensuais e confiantes na tela. Elas agiam como se fossem as donas do pedaço.
Eu não era exatamente promíscua. Perdi minha virgindade com 16 anos, mas nunca pensei demais sobre sexo. Quando vi o documentário, resolvi que não queria ser uma coelhinha, mas queria fazer filme pornô.
É claro que você não diz isso para os outros quando tem 16 anos, então não contei para ninguém. Certo dia, estava no quarto do meu namorado conversando depois da Faculdade. Ele tinha um poster de uma estrela pornô na parede. Quando ele me perguntou se eu havia gostado do poster, respondi que sim. Ele disse que ela era sexy, provavelmente rica e tinha uma vida incrível. Ali estava a chance de compartilhar meu segredo.
Eu concordei com ele, disse que achei legal e joguei a bomba. Segundo sua expressão, ele parecia dizer que terminaria comigo se eu levasse aquilo adiante. Tive que dizer que estava brincando. Esta foi a minha primeira porta na cara, então nunca me esqueci.
Depois de trabalhar no site por um ano, em tempo integral, percebi que ia fazer 25 anos. Algumas mortes na família abriram meus olhos sobre a fragilidade da vida, e tive uma ‘luz’: eu só tenho uma vida. Posso trabalhar onde quiser. Vou entrar em contato com algumas agências de modelos.
Fiz uma enorme pesquisa. Quanto mais lia, mais sabia que nada poderia me deter. Mandei fotos para as agências e algumas me pediram para ir até a Califórnia.
Foi a primeira vez que eu saí com o objetivo de me encontrar. Foi assustador. Aluguei um carro e dirigi até uma propriedade de uma das agências. Conheci outras garotas e um agente. Fui levada para diferentes estúdios para conhecer pessoas do ramo. Amei cada minuto da experiência.
Naquela ocasião, deixei o motivo da minha viagem em segredo. Até agosto passado, minha família não sabia o que eu estava fazendo. Minha mãe sabia que eu trabalhava na webcam e começou a investigar, pois sabia que eu não contaria nada. Ela acabou descobrindo ao ver um vídeo que eu fiz para um canal no Youtube.
O vídeo era uma brincadeira com outras duas atrizes pornôs sobre fazer sexo oral em um picolé. O vídeo acabou se tornando viral, com umas 6 milhões de visualizações em menos de uma semana. Meus amigos do Facebook compartilharam, então todo mundo descobriu depois disso. Minha tia me enviou uma mensagem dizendo que não acreditava que eu era uma atriz pornô.
Minha família foi mais solidária que eu pensava. Não é como se eles aprovassem, mas ao menos gostavam do fato de eu estar feliz. Algumas pessoas da minha cidade natal me procuravam de vez em quando. A maioria deu muito apoio e tinha bastante curiosidade sobre este mundo.
Eu só queria dizer que todo mundo pode e deve fazer o que quiser. Muita gente não segue seus sonhos por causa do estigma social. Essas pessoas acabam infelizes em um emprego que não gostam.
Para mim, é apenas o começo. Minha vida não tem a ver apenas com pornografia; estou construindo um império. Eu vou me tornar uma estrela e meu nome será conhecido em todo canto.
(Thinkstock) 
ED NOTÍCIAS BLOG/FONTE;YAHOO 

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