terça-feira, 7 de junho de 2016

Quando a tristeza é coadjuvante

                           

(Foto: Getty Images)
Chovia no dia em que ela foi embora.
Mentira.
Batia sol.
O parque estava cheio. As meninas brincavam de vôlei e os sorvetes escorriam pelas mãos meladas.
Os cães pareciam especialmente felizes.
Não tinha nada de miserável acontecendo naquele dia.
Exceto.
Eu era o “Sr. exceto” de um dia lindo.
Naquele banco vendo a vida passar – imaginando trovoadas, desastres naturais e epidemias gravíssimas.
Que nada.
Minha tristeza era coadjuvante.
Ela mesmo, penso, nada sofreu. O que ela sentiu foi alívio – potencializado pelos casais que caminhavam em paz.
A paz.
Quando ela foi embora senti meu ouvido entupir – como se eu tivesse descendo a serra.
Talvez eu precise ver o mar.
Quando chove na praia é bonito. 
ED NOTÍCIAS BLOG/FONTE;YAHOO 

Nenhum comentário:

Postar um comentário