Por Thaís Sabino @thaissabino
Um aparelho portátil aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, permite a aspiração de até 30% dos alimentos ingeridos nas refeições, reduzindo o consumo de calorias. O sistema funciona através de um tubo estreito instalado no estômago do paciente, com saída para a parte externa do abdome, onde o AspireAssist é conectado para sugar parte da comida ingerida. Segundo o fabricante, a aspiração deve ser feita em um banheiro, 30 minutos após as refeições, e a comida retirada do estômago é despejada diretamente no vaso sanitário através do tubo conectado ao AspireAssist. O procedimento leva cerca de 10 minutos.
Foto: Divulgação
Um aparelho portátil aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos, permite a aspiração de até 30% dos alimentos ingeridos nas refeições, reduzindo o consumo de calorias. O sistema funciona através de um tubo estreito instalado no estômago do paciente, com saída para a parte externa do abdome, onde o AspireAssist é conectado para sugar parte da comida ingerida. Segundo o fabricante, a aspiração deve ser feita em um banheiro, 30 minutos após as refeições, e a comida retirada do estômago é despejada diretamente no vaso sanitário através do tubo conectado ao AspireAssist. O procedimento leva cerca de 10 minutos.
Foto: Divulgação
Inovador? O “tratamento”, que promete ser totalmente reversível e acompanhado de aconselhamento nutricional, causou polêmica entre especialistas nos Estados Unidos sobre a segurança e efeitos colaterais da aspiração frequente. O AspireAssist ainda não está disponível no Brasil, mas já preocupa profissionais. “Comer e depois retirar a comida que está no estômago é algo bastante radical e pode levar a quadro de desnutrição”, alertou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, João Eduardo Salles.
Após uma refeição, a comida ingerida é levada ao estômago, onde permanece por cerca de uma hora durante o início do processo digestivo que é responsável pela quebra dos alimentos. Em seguida, calorias e nutrientes são absorvidos pelo intestino. A retirada de parte da refeição no início desse processo “é como vomitar pelo tubo que liga o estômago ao aparelho”, comparou o endocrinologista Márcio Mancini, e pode estimular a bulimia, alertou. O AspireAssist é indicado para pessoas com IMC entre 35 e 55 e, na opinião de Mancini, é um método “ponte” para superobesos perderem peso e se tornarem aptos à cirurgia bariátrica. “Não imagino esse tratamento por toda a vida”, disse.
A norte-americana Amber James, de Chicago, chegou a pesar 137 quilos. Ela tentou dietas radicais e pílulas para emagrecer sem obter sucesso, e decidiu aderir ao AspireAssist. Após alguns meses, Amber eliminou mais de 30 quilos. “No começo foi difícil, pois eu via tudo o que eu estava ingerindo saindo pelo tubo. Isso me fez mudar meus hábitos alimentares”, disse. Amber continua usando o aparelho uma vez por dia. A sueca Lotta Frisk adotou o método quando chegou a 141 quilos. Ela eliminou 64 quilos fazendo aspiração da comida ingerida.
O antes e depois de Amber James (Foto: Divulgação)
A perda de peso é realmente efetiva, segundo médicos. No entanto, enquanto o fabricante informa que a evolução do tratamento é usar o AspireAssist cada vez com menos frequência, especialistas alertam para os riscos, entre eles, a dependência que o paciente pode criar em relação à aspiração. “O novo tratamento aspira qualquer tipo de alimento e não necessariamente obriga o paciente a adotar uma dieta saudável”, afirmou o endocrinologista do Instituto Paulista de Cirurgia Gastroenterológica e da Obesidade, Philipe Nicolas El Bath. Segundo ele, no estudo US Clinical, pacientes apresentaram eventos adversos, entre dores, úlcera gástrica, náusea e indigestão.
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