Não sentir dor é como ter um super poder, e um muito interessante, por sinal. Apesar disso, a dor tem uma grande importância na sobrevivência de uma espécie. Ela nos força a evitar aquilo que já nos machucou. Então, quando os pesquisadores descobriram um animal que não sentia dor (Heterocephalus glaber), precisaram buscar explicações.
reprodução yahoo
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Os resultados aparecem em um artigo recente. A primeira explicação dos pesquisadores é que o rato-toupeira-pelado sente dor sim. A diferença é que algo que poderia causar um enorme sofrimento a outros animais o deixaria apenas desconfortável.
Quer um exemplo? Imagine que uma pessoa entre em uma banheira de água quente tendo várias queimaduras graves pelo corpo. Normalmente, a temperatura da água não faria mal a uma pessoa saudável. A dor que a pessoa em questão sofreria é conhecida como hiperalgesia térmica.
Acontece que essa espécie não sofre hiperalgesia térmica. Quando a pele deles é danificada por queimaduras solares, ela não fica mais sensível a altas temperaturas. Na verdade, eles passam a sentir menos dor do que sentiriam normalmente.
É claro que, no caso dessa espécie, ficar com a pele queimada é algo normal. Esses roedores vivem em áreas desérticas, onde há uma alta incidências de radiação solar. Eles não são chamados de ratos pelados à toa: o corpo dessa espécie não tem pelos. Isso faz com que eles sejam constantemente expostos a queimaduras.
Até aqui, pode ser que essa explicação não tenha feito tanto sentido. Essa espécie vive em grupos muito grandes, criando tocas subterrâneas. Eles não podem evitar o contato uns com os outros. Como animais de sangue quente, o calor do corpo de um, ativaria a hiperalgesia térmica de outro e vice-versa. Então, por questões de sobrevivência, eles perderam essa característica durante a evolução.
O mecanismo que permite que isso aconteça é complexo, mas tentaremos explicar. Quando uma parte da pele que sofre uma irritação ou inflamação é exposta a altas temperaturas, as células dessa região produzem uma substância chamada NGF. O NGF se liga aos receptores dos neurônios (TrKA) o que gera uma cascata de reações, inclusive a abertura de outro receptor neural chamado TRPV1. Quando esses receptores estão abertos, o corpo aciona uma resposta neural que é interpretada como “dor”.
Isso não acontece com os ratos-toupeira-pelados. Seus receptores TrkA, são diferentes dos encontrados em outros animais. A diferença é de apenas três aminoácidos, mas é o suficiente que o NGF se ligue com menos força aos receptores. Isso garante que seja necessário um incômodo muito maior para que se produza a mesma sensação de dor.
Créditos de imagem: um dos experimentos envolveu fazer um espécime de rato-toupeira-pelado andar sobre pimentas. As substâncias que a pimenta secreta, causariam uma dor intensa a outros animais, mas sequer incomodaram o rato-toupeira-pelado. Por Thomas Park, PhD University of Illinois, Chicago
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